23 de nov. de 2008

ARTIGO CIENTÍFICO

Grupo: Ciberarte - por: Raphael Jonhatan, Alan Mota, Felipe, Rubens, Marcel, Kyara e France

Na atualidade cultura e tecnologias digitas de comunicação estão intrinsecamente ligadas. Em torno da sociedade crescem incontrolavelmente várias ferramentas de comunicação e fazendo uso destas, o ser humano e seu imaginário criativo fundem arte e comunicação dando origem ao que estudamos aqui como ciberarte.

Através das mídias digitais é possível enriquecer obras de arte acrescentado a elas o artifício da interatividade, acessibilidade e divulgação. Aqui nos dispomos a explicar o caminho percorrido pela arte ate o espaço virtual e a sociabilidade proporcionada pelas mídias digitais para a arte.

O amadurecimento da arte e da cultura digital

Na segunda metade do século XVIII a expressão de Benjamin Constant “Arte pela Arte” virou lugar comum de tanto que difundida. Fazer arte apenas pelo prazer estético, sem ser necessário atribuir quaisquer propósitos, logo ganhou muitos adeptos que seguiam os propósitos do Romantismo. A arte é então a materialização do imaginário social e jamais se distancia ou ignora o espaço no qual se exprime, mesmo que essa esteja fundamentada no pensamento de Benjamin e não esteja atada à nenhuma função social.

"Através da digitalização e da compressão de dados que ela permite, todas as mídias podem ser traduzidas, manipuladas, armazenadas, reproduzidas e distribuídas digitalmente produzindo o fenômeno que vem sendo chamado de convergência das mídias. Fenômeno ainda mais impressionante surge da explosão do processo de distribuição e difusão da informação impulsionada pela ligação da informática com as telecomunicações que redundou nas redes de transmissão, acesso e troca de informações que hoje conectam todo o globo na constituição de novas formas de socialização e de cultura que vem sendo chamada de cultura digital ou cibercultura" (Santaella, 2003: 59-60).

O casamento da arte com a tecnologia vem somar ou multiplicar essa relação entre artista e obra. As tecnologias são ferramentas utilizadas pelo artista para modificar a estética de suas obras. Os próprios sentidos do homem sofrem grandes alterações enriquecedoras graças as tecnologias.

A revolução digital nos acompanha desde os anos noventa. Uma linguagem universal foi implantada e toda forma de informação (áudio, vídeo e texto) passa a ser digitalizada e por conta do código binário fica a tradução de todas essas expressões. Falar da globalização e de seus benefícios, da força que a distribuição e difusão de informação ganhou, aumentando seu potencial de domínio. Já virou “lugar comum”! A questão são as formas de socialização e de cultura que se constituíram ali, originando a cibercultura e como essa realidade cultural refletiu no imaginário social e por sua vez nas formas de representações criadas pelos artistas.

Estamos falando aqui de um universo que ambientalista o artista, mas que não é mais o mundo real que conhecíamos. Um mundo onde a realidade explora o ciberespaço, a instantaneidade, a numerização, a espectralidade e a interatividade. Essa nova realidade não se distancia da arte - estão agregadas. O imaginário ganha sua representação e usa destas novas tecnologias para se materializar.

"Essa nova forma simbólica vai explorar a numerização (trabalhando indiferentemente texto, sons, imagens fixas e em movimento), a espectralidade (a imagem é auto-referente, não dependendo de um objeto real e sim de um modelo), o ciberespaço (o espaço eletrônico), a instantaneidade (o tempo real), e a interatividade, quebrando a fronteira entre produtor, consumidor e editor. O mundo ao qual esse 'ciberartista' se refere, não é mais o mundo real dos fenômenos, mas o mundo virtual dos simulacros" (Lemos, 1997: 12).

Outra questão que pesa na discussão é o termo usado para resumir essa expressão do imaginário humano. Para alguns o nome que aqui caberia seria webarte, muito embora o termo se limite a falar sobre a cibearte criada na internet. Assim o termo arte digital também é descartado por gerar o efeito contrário. O termo ganha proporção gigante, podendo cair no erro de chamar de ciberarte qualquer produção digital, que nem sempre caberia nos critérios que usamos para separar a cibearte das demais produções digitais.

Sendo a arte uma prática ligada inevitavelmente ao espaço e o tempo em que esta se dá, seria impossível a nova arte não acompanhar a evolução tecnológica dos nossos tempos.

O diálogo interativo

Desde a década de 70, o diálogo do artista passa a buscar uma interação ou uma participação do espectador. “Eu” espectador passo a ser exigido, passo a poder emitir opinião e a poder transformar, modificar a arte a que venho apreciar. Faz-se exemplo de uma participação plena a criação do homem-máquina.

As redes através da internet passam a fazer uma divulgação das obras, garantindo também a interatividade para este espectador.

"Na ciberarte (...) não se trata apenas de que o artista crie ambientes de interação, de colaboração e de imersão para o usuário-receptor, ambientes que levam de roldão, misturando em trocas sucessivas e mesmo simultâneas, as tradicionais divisões de papéis entre emissor e receptor, e ampliam de sobremaneira, com a sua condição interativa, a tradição das artes expositivas-contemplativas e mesmo das artes participativas. Trata-se também de se dar conta da complexidade, da semio e tecnodiversidades crescentes que resultam da hibridização inextricável dos meios para se produzir arte que hoje comprimem ao máximo a capacidade de informação e processamento em um espaço mínimo, concentrando-se (...) em pontos densos de tempos e espaços que oscilam entre o visível e o invisível, o material e o imaterial, o presente e o ausente, a matéria e sua virtualidade, a carne e seus espectros" (Santaella, 2003: 175).

É nesse contexto que o autor cede espaço a vários co-autores e o espectador perde sua passividade. Assim todos podem ser criadores, autores, etc.

Em um mundo virtual toda informação pode ser manipulada e suas possibilidades de acessibilidade são garantidas através dos midiáticos.

O diálogo aqui é interativo. A cibearte oferta arte e exige um retorno de seu espectador!

Conclusões finais

O palco da arte que ousamos apresentar aqui se chama ciberespaço. O ciberespaço está longe de ser apenas um conjunto de todas as redes de computadores existentes. Este nosso palco se forma também de todas as simulações de mundos interativos, nos quais vivemos graças aos sistemas multimídias existentes.

Ambientado nesse palco e emoldurado por uma rica cultura: a cibercultura.

É que estréia nossa atriz principal, a ciberarte. É em torno dela que nossos olhos se voltaram e por ela que despejamos todas as nossas argumentações para tentar torná-la mais clara para seus amantes.

O fabuloso dessa manifestação artística é o artifício de interatividade que ela produz e oferta. Ela rebate o discurso dos meios de comunicação de massa com seu discurso interativo, proporcionando a todos o direito de expressão. Ela traz consigo a verdadeira liberdade de expressão tão difundida anteriormente. De fato essa é sua maior conquista.

Por fim, a cibearte, é quem nos traduz a sociedade do século XXI. Nosso elo entre arte e realidade atual, situado nos primórdios da vida digital. Fatalmente é uma arte que humaniza as tecnologias e nos lança na criação de si própria.

Nenhum comentário: