21 de nov. de 2008

Além da Evolução

Grupo: Cyberpunk - por: Wilame Januário, Klinger de Sousa, Vanessa Fugi, Cecília de Queiroz, Allyson Reis e Afrânio Albuquerque

Desde o surgimento do primeiro ser racional na Terra, ocorreram não somente as diversas formas de adaptabilidade, do comportamento e das relações de disputa entre o homem e seus semelhantes - aplicadas à sobrevivência até o presente momento -, como também formas de repensar estratégias e a permanência dominável de seu espaço social. Se, em um sentido, haviam indivíduos dominantes sempre possuidores de mais uma ferramenta de influência no meio social, ou seja, a ditadura da ideologia; em contrapartida, dentro desses grupos organizacionais formados existiam indivíduos que partilhavam de um mesmo parâmetro de contra-ideal - nunca pré-estabelecido ou convencionado de modelo social, mas extremamente contraventor - e beneficiários do sistema inserido e dispostos a resigná-lo.

Atualmente, com a dominância e predominância da tecnologia, uma das vertentes da Cibercultura voltados ao anti-comportamento ideológico convencionado é o Cyberpunk. Esse não produz somente as formas de violação de segurança virtual, as artes grotescas e ASCII, os livros de ficção, o cinema, a música eletrônica, os jogos, a usurpação corpórea e a contracultura em si. O cyberpunk é uma forma de repensar uma sociedade-rótulo.
Essa forma de redefinir o meio, de extrapolar valores morais, sociais, econômicos, políticos e religiosos é a essência deles, cercado de inúmeras questões, dentre elas:

- Se podemos transportá-la para um campo inteiramente atemporal, qual a razão aplicada da realidade tátil?

- Por que limitar aos sentidos básicos, se estamos colhendo os frutos de nossa própria evolução tecnológica?

- Por que não transpor a realidade no campo virtual genérico, perigosamente indomável?

A resposta poderia se encontrar na evolução.

Somos feitos de renovações temporais e precisamos, cronologicamente, do registro de fatos e principalmente de organizações para alicerçar nossa sociedade a cada preceito social convencionado.

Seria o Cyberpunk, então, um indivíduo marginalizado pela própria evolução tecnológica? Ou quem arriscaria prever, categoricamente, ser ele apenas moda style ou tribal?

A história exemplifica, por exemplo, que movimentos surgidos dentro de uma sociedade opressora - com grupos contrários às normas e culturas vigentes por ela - são expugnados e obrigados adaptar-se.

Um fato real, por exemplo, é o Quilombo de Palmares. Naquela sociedade, excluídos pelo regime político vigente, criou-se um novo grupo social e organizado. Mais tarde esse pôde influenciar e despertar ideais libertários em grupos da iminência reacionária.

Uma ficção tecnológica, prevista tempos atrás, poderia decepcionar seus pensadores contemporâneos. Isso por causa do dinamismo no surgimento, na interação e, principalmente, na renovação de novas tecnologias.

Percebe-se que o ser humano, além de defender a sua sobrevivência e integridade física, projeta através da tecnologia seu poder de dominação virtual - fruto de seu raciocínio. Enquanto os grupos ainda se encontram em fase embrionária de ideologia, o cyberespaço amplia como uma “placenta virtual”. O cyberpunk comporta como um, aguardando a próxima linha do comando if(se). Isso não será a lógica cíclica da evolução, mas a cyberevolução da sociedade futura.

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